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“Jovens Outra Vez”: mais do que uma viagem, um reencontro com o que realmente importa

“Jovens Outra Vez”: mais do que uma viagem, um reencontro com o que realmente importa

Se essa expedição tivesse que ser resumida em uma única palavra, ela seria vida. Sim, vida – com tudo o que ela tem de mais precioso: encontros, reencontros, tombos e superações, risadas e contemplação.

A primeira Expedição AEA-DF a São João d’Aliança não foi apenas uma viagem. Foi uma travessia afetiva por dentro do Cerrado e por dentro de cada um dos participantes que estiveram lá. Em três dias, os associados viveram algo que fugiu completamente do turismo tradicional. Era como se todos estivessem, de fato, filmando outro enredo não exibido, mas vivido. Um filme chamado “Jovens Outra Vez”.

Uma travessia carregada de afeto desde o início

A expedição começou no sábado, 3 de maio, com a primeira parada no restaurante da Vó Belmira, em São Gabriel. Entre pamonhas premiadas, café passado na hora e um céu azul incrível, formava-se um grupo disposto a se abrir para o novo e revisitar sensações e histórias que pareciam estar adormecidas.

Em seguida, a Cachoeira do Bonito revelou suas águas verdes e cristalinas, cenário perfeito para um almoço goiano servido com carinho. E foi ali, diante da natureza, que aconteceu um dos momentos mais simbólicos da viagem: o reencontro de Domingas e Rinilde, colegas de Caixa que não se viam há quatro décadas.

“Eu ouvi o nome e soube. Me veio aquela lembrança forte, do tempo em que a Caixa era feita ‘a mão’. Eu no atendimento, ela no fechamento. Nos separamos, e agora a vida promoveu esse reencontro”, relatou Domingas.

A cena foi acompanhada com emoção por quem estava ao redor, como se o destino tivesse planejado para que o reencontro acontecesse naquele momento.

No fim da tarde, a praça principal de São João d’Aliança se transformou em cinema a céu aberto. A exibição pública de “Oeste Outra Vez”, filme gravado na região, reuniu mais de 500 pessoas. Os associados da AEA-DF se misturaram à comunidade local em um sentimento de encantamento coletivo.

A produtora do filme, Cristiane Miotto, estava presente e compartilhou: “A gente procurou São João d’Aliança entre várias partes do Brasil e escolheu esse lugar porque ele era o melhor cenário para um faroeste brasileiro. A Chapada, o Cerrado… tudo aqui tem uma força cinematográfica muito grande. Espero que mais filmes sejam feitos na região”, afirmou Cris.

Para encerrar o dia, o grupo foi recebido no Legião Burger, um lugar agradável, com boa comida e muito propício a risadas e conversas sem pressa. Era apenas o primeiro dia, mas todos já sabiam que não voltariam iguais.

Leopoldina Colares, ex-presidente da AEA-DF e atual presidente do Conselho Deliberativo, traduziu o que foi o primeiro dia da viagem: “Diretamente de São João d’Aliança, onde a beleza do lugar tocou meu coração e a presença dos colegas foi uma benção neste mundo de tanto egoísmo e falta de amor”, declamou Leopoldina.

 


Segundo dia de trilhas, histórias e superação

No domingo, a programação se dividiu duas, um grupo que encarou a trilha da Cachoeira do Label e o outro que preferiu conhecer as raízes da cidade na comunidade quilombola do Forte.

A trilha até a Label, com seus quatro quilômetros entre pedras, escorregões e mirantes, foi desafiadora. Mas entre os que chegaram ao topo estava Alíria, 73 anos, que caminhou com passos firmes e um brilho sereno no rosto.

“Isso aqui é um presente de Deus. A gente dá um jeito. A idade não pode ser desculpa. Quero voltar aqui com meus filhos e mostrar essa maravilha.”

A trilha foi acompanhada de perto pelo secretário de Turismo, Gelson Martins, que destacou: “Essa trilha exige muito, e o grupo da AEA mostrou força, coragem e alegria. Foi emocionante ver cada um vencendo seus próprios limites. Todos estão de parabéns”.

 

Enquanto isso, no outro lado do cerrado goiano, o grupo que seguiu para o Forte foi guiado por Cleuza Cubas, diretora Cultural da AEA-DF. Em um bate-papo cheio de pertencimento, os visitantes ouviram histórias sobre o passado da cidade, a passagem da Coluna Prestes na região, as famílias polonesas e os quilombolas que deram forma à identidade de São João d’Aliança.

“O Forte é onde tudo começou. A comunidade aqui vive com pouco recursos, mas com muita alma. Receber vocês e poder contar a histórica do local foi especial demais.”

 

No fim da tarde, os dois grupos se reencontraram no restaurante da Dora. Com poeira pra tudo quanto é lado, mas com brilho no olhar, os relatos começaram a circular: quem viu, quem caiu, quem chorou, quem chegou, quem se emocionou. Foi mais do que compartilhamento de histórias vividas, foi conexão.

Neste momento, entre garfadas e sorrisos, o presidente da AEA-DF, Chico Julho, resumiu. “Muita gente ainda não conhece tudo o que a AEA oferece. Mas a AEA é isso: fazer com que a vida continue acontecendo, mesmo quando a rotina tente nos convencer do contrário. Muita gente ainda vai descobrir isso. Essa foi só a primeira de muitas expedições.”

Na última noite, o grupo foi recebido para um jantar no restaurante Tradução de Sabores, oferecido pela Secretaria de Turismo. E a tradução daquela noite foi clara: gratidão.

“São João d’Aliança ganhou muito com a visita de vocês. A cidade se sente honrada. Que essa parceria se repita muitas vezes”, reforçou Gelson Martins.

Ao fim, restou a sensação rara de que algo profundo havia acontecido. A expedição não se encerrou com o retorno a Brasília. Ela permanece nos reencontros, nas histórias, no corpo cansado, mas leve. Porque o que se viveu ali não cabe num roteiro turístico.

Afinal, essa não foi só uma viagem. Foi uma chance de viver tudo de novo – com mais tempo, mais calma e mais sentido.

Foi, sem dúvida, um reencontro com a melhor parte da vida.

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